17.8.07


"Rumpilé" faz iniciação de jovens e adolescentes em dança afro


A Companhia de Dança Rumpilé, coordenada pela coreógrafa e dançarina, Sílvia Rita de Cerqueira, promove aulas de dança afro e espetáculos culturais envolvendo jovens e adolescentes de Brotas. Tudo começou em 2004 quando, através do Projeto População Cultural - realizado pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB) - , fez-se a identificação de movimentos culturais organizadas nos bairros de Salvador. "Começamos a trabalhar no bairro com o Okambi. Que tinha muitas alunos matriculados, mas espaço físico inadequado para aulas de dança afro", conta Sílvia Rita, que é professora de dança formada pela Universidade Federal da Bahia desde 1994.
As aulas começaram com nove alunos em abril de 2004. Eram dadas ao ar-livre, no anfiteatro do Parque Solar Boa Vista. Um mês depois, o grupo somava 25 participantes e tinha Jorge, líder do Okambi, cooperando com as aulas tocando os instrumentos de percussão. Em seguida, devido as chuvas do inverno de Salvador, as aulas passaram a ser ministradas nas instalações do Teatro Solar Boa Vista, onde permanecem até hoje.
A Cia de Dança Rumpilé (cujo nome é uma fusão dos três instrumentos usados no culto afro - rum, rumpi, lé - ) oferece aos alunos iniciação corporal e desenvolvimento da consciência do movimento. E, o mais importante, promove a montagem de espetáculos de dança. Em 2004 houve a montagem "A Chácara e o Poeta" - contando a história das tradições afro-brasileiras do bairro e a vida de Castro Alves, que morou algum tempo no sobrado situado no Parque Solar Boa Vista -. No ano seguinte veio "Ló Biiwá" - que significa nascer, crescer e morrer - onde se mostrou as várias etapas da existência. Já em 2006 a Rumpilé apresentou "Eterno Futuro" - uma visão futurista sobre a mistura das etnias (negro, índio e branco) apresentada ao som do Maracatu.
Em 2007, Sílvia Rita planeja uma releitura de "Ló Biiwá" estabelecendo uma vinculação com uma personalidade marcante do bairro. Para que esse evento aconteça a Rumpilé vai participar de uma seleção pública entre os milhares de Pontos de Cultura espalhados pelo Brasil. Aprovado nessa etapa, o espetáculo garantes recursos financeiros necessários à produção.
Participar da Cia de Dança Rumpilé exige esforço, dedicação e pontualidade. Esse compromisso trouxe benefícios a muitos ex-integrantes da companhia. Muitos alunos encontraram a vocação para arte na Rumpilé. Alguns estão atualmente na escolas de dança da FUNCEB e da UFBA. Sílvia Rita dá aulas no Teatro Solar Boa Vista às terças e quintas, das 18:30 às 21:30. As aulas são gratuitas. O grupo é formado por 48 inscritos. Entretanto, apenas 25 participam efetivamente da montagem do novo espetáculo. Qual o critério nessa escolha? Compromisso e frequência total ás aulas.

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