Espaço Pierre Verger promove
cultura afro-brasileira e cidadania
através da arte

Com a proposta de difundir a cultura afro-brasileira através de diferentes manifestações artísticas, o Espaço Cultural Pierre Verger atende a cerca de 250 crianças e adolescentes do bairro do bairro de Brotas, particularmente do Engenho Velho. Com a instalação do Ponto de Cultura - Projeto do Ministério da Cultura - em 2005, as atividades começaram oficialmente. Entretanto, desde 2002 - ano que comemorou o centenário do antropólogo, historiador e fotógrafo francês - já funcionavam algumas oficinas de arte.
Em mais de 40 anos no Brasil, especialmente em Salvador, Verger fez amigos, contou a história do povo e divulgou a cultura afro-brasileira. A decisão de morar na ladeira da Vila América, por exemplo, se deu pela influência de amigos e o desejo de prosseguir nas pesquisas sobre o Candomblé. A Fundação Pierre Verger, criada por ele em 1988, surgiu como consequência de seus dois amores: a Bahia e a região africana do Benin. Os estudos do antropólogo francês conquistaram o respeito dos adeptos do Candomblé e garantiram sua iniciação no movimento religioso como "Babalaô" ou, literalmente, "Pai do Segredo" - difusor dos mitos e da cultura Iôruba.
De acordo com Angela Luhning, o Espaço Cultural também tem a finalidade de preservar a história do fotógrafo entre os moradores do bairro. "Engenho Velho é um bairro grande e com muitos moradores novos. É importante que eles conheçam também a obra e o legado de Verger". A professora de Etnomusicologia da Universidade Federal da Bahia - UFBa - e Coordenadora Geral do Espaço Cultural Pierre Verger lembra que a entidade busca "contribuir para a construção de uma consciência de cidadania a partir do potencial criativo e crítico desses jovens e crianças".
A participação nas oficinas é gratuita. São oferecidas formações em tear, penteado afro, dança afro, percussão, teatro, violão popular, artes plásticas, fotografia "pinhole" - artesanal - , experimentação musical e capoeira angola. Os jovens também tem acesso a educação e cultura digital de forma integrada a todas as oficinas. Em março de 2006 começou a funcionar também a biblioteca comunitária Jorge Amado - grande amigo de Verger - com um acervo de 1800 livros. "Para ter acesso à biblioteca é necessário trazer fotos e fazer um cadastro", explica Angela Lunhing.
A comunidade pode ter mais informações sobre as oficinas e a obra de Pierre Verger no site www.pierreverger.org.br . Pode também enviar email para espacocultural@pierreverger.org . Se preferir, ligue 32617453/1695 e fale com a coordenadora pedagógica Jucélia Teixeira.